Temendo interferência do Estado, parlamentares pedem federalização de investigação contra Cruz Vermelha

“Existem
fortes indícios de corrupção neste caso envolvendo muita gente poderosa, entre
elas o ex-governador Ricardo Coutinho que comanda ainda muita coisa e
influencia muita gente. Já observamos a tentativa clara de interferência nas
investigações. Recentemente a Paraíba presenciou a interferência clara do
Governo do Estado na Operação Cartola, que investiga a máfia do futebol”, disse
o deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB).
O
tucano defende a federalização da investigação, pois destaca que em meio a tantos
indícios de coisas erradas que tomam conta do Governo do Estado, a Assembleia
Legislativa precisa dar uma satisfação ao povo paraibano. “A instalação da CPI
da Cruz Vermelha na Casa deverá auxiliar o Ministério Público para que as
investigações responsabilizem os causadores de danos ao erário, mas temo que
não será suficiente”, disse.
Tovar
afirmou que articulou a ida de uma comissão de deputados à Brasília para pedir
apoio do Ministério da Justiça, comandado por Sérgio Moro, da Polícia Federal e
da Procuradoria-Geral da República neste caso. Segundo ele, o Governo não tem
constrangimento de interferir em investigação e isso ficou claro no caso
das fraudes do campeonato de futebol paraibano, onde os delegados responsáveis
pelas investigações foram afastados do inquérito.
A
federalização, que tem o nome técnico de Incidente de Deslocamento de
Competência (IDC), tem previsão na Constituição a partir de emenda
constitucional de 30 de dezembro de 2004. O instrumento remete para a Justiça
Federal casos de grave violação de direitos humanos ou de incapacidade das
autoridades locais para tratar satisfatoriamente do assunto.
A
Operação Calvário II foi deflagrada no dia 1º de fevereiro para cumprir
mandados de prisão e de busca e apreensão na Paraíba e no Rio de Janeiro. A
operação investiga uma organização criminosa responsável por desvios de
recursos públicos, corrupção, peculato e lavagem dinheiro por meio de
contratos firmados por Organizações Sociais com unidades de saúde da Paraíba.
Na
ocasião, foi cumprido mandado de prisão contra Leandro Nunes Azevedo, que era
assessor da Secretaria de Administração; Daniel Gomes da Silva –
suspeito de chefiar a organização criminosa – e Michelle Louzada Cardoso.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra Waldson Souza
(atual secretário de Planejamento e ex-secretário de Saúde), Livânia Farias
(secretária de Administração) e Analuisade Assis Ramalho Araújo (empresária
ligada ao ramo alimentício).
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